Saturday, August 2, 2008

Pílulas emagrecedoras - Solução ou destruição?



Nutrição e Saúde
Pílulas Emagrecedoras
A preocupação com o corpo está em alta, e o consumo de produtos para emagrecimento cresce cada vez mais. São fórmulas emagrecedoras em cápsulas, chás, suplementos alimentares, florais e até produtos dermatológicos de ação local (gel redutor, cremes termogênicos, máscaras especiais, etc.). As fórmulas emagrecedoras podem conter ingredientes dos mais simples aos mais complexos. Os compostos mais usados nessas fórmulas são substâncias laxantes, diuréticas, anti-gordura, inibi

dores de apetite, calmantes, reguladores da tiróide. E aqui vale uma pergunta, até que ponto vale a pena arriscar a própria saúde para emagrecer? Dados preliminares de uma pesquisa realizada pelo Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas), da Unifesp, mostram que 59% das pessoas que já tomaram remédios para perder peso não eram obesas do ponto de vista médico e nutricional. Geralmente o que ocorre na prática é a cena descrita a seguir: O paciente conversa com o profissional de saúde, diz quantos quilos quer perder e recebe uma fórmula "milagrosa" que inclui substâncias inibidoras de apetite, calmantes, laxantes e diuréticas. E ainda alguns enviam seus dados por email ou telefone não tendo assim nem ao menos um contato com o profissional. E o pior alguns repetem a receita de um conhecido. É importante salientar que não existem drogas para emagrecer, mas simplesmente drogas que fazem perder o apetite. As mais comumente usadas são do grupo das anfetaminas. As anfetaminas são medicamentos sintéticos que eram usados antigamente para o tratamento da depressão. Curiosamente, a primeira anfetamina foi desenvolvida nos anos 30, quando se buscavam novos descongestionantes nasais, e logo foi abandonada em razão da gama de possíveis efeitos colaterais graves que apresentava. Os derivados da anfetamina fazem parte dos inibidores de apetite, usados em regimes de emagrecimento. Receitados e tomados em dietas para perder peso, freqüentemente escapam do controle do médico e do próprio paciente, que pode passar a desenvolver dependência química. As anfetaminas, além de suprimirem o apetite, prejudicam o sono e causam irritabilidade e ansiedade. Em uma tentativa de contrabalançar esses efeitos colaterais, um calmante benzodiazepínico (que, por sua vez, também é gerador de dependência) é acrescentado indevidamente à anfetamina em fórmulas manipuladas para fins de emagrecimento. Com grande freqüência, o paciente acaba consultando vários médicos em busca da receita do remédio com o qual se "evita o risco de engordar de novo" ou, pior, procura-se no mercado ilegal a droga para suprir a sua dependência química. É sempre bom lembrar que uma boa associação para quem quer perder peso e manter a saúde é unir dieta controlada e exercícios físicos. Os inibidores de apetite, ou anfetamínicos, além de acabar com a fome, provocam reações no organismo que, mesmo em baixas dosagens, lembram a ação da cocaína. Segundo Solange Nappo, a pessoa fica alerta, com as pupilas dilatas, não se cansa e pode ficar irritadiça ou perder o sono à noite. Para minorar esses efeitos, os médicos prescrevem calmantes como Diazepan e Lexotan. "O potencial desses remédios para causar dependência é ainda maior", diz a farmacêutica-bioquímica. E aqui vale uma ressalva, mesmo os medicamentos conhecidos como fórmulas preparadas em farmácias de manipulação, a partir da receita do médico, é apenas uma maneira de personalizar o tratamento, pois as diferenças entre uma formulação e outra são mínimas, e os efeitos são os mesmos. Na classificação das drogas a substância ativa chamada metilenodioximetanfetamina (MDMA) está presente nas anfetaminas, na adrenalina, na dopamina entre outras. Esta mesma substância (MDMA) está presente também numa droga clandestina alucinógena e estimulante chamada ecstasy. Ao ser ingerido a droga ecstasy, atua no cérebro aumentando a produção e diminuindo a absorção de serotonina, hormônio responsável pela sensação de satizfação e prazer. Além de prazer, este hormônio é responsável também pelas sensações de disposição, humor, controle de apetite e regulação da temperatura corporal. A substância ativa que proporciona todas essas disfunções chama-se MDMA. O que queremos com este artigo e que você compreenda que a única situação em que estes medicamentos para emagrecer devem ser utilizados são para pacientes com obesidade mórbida (grave) que exigem um emagrecimento rápido para sair do risco de vida ou para indivíduos com disfunções endócrinas. Para indivíduos com sobrepeso ou uma leve obesidade um dieta balanceda e atvidade física continua sendo o recomendado.
Até a próxima,
Nutricionista – Ana Paula Ornelas

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